Polícia acredita que líder de quadrilha de cambistas seja
alguém da Fifa.COMO
RIO — As investigações dos policiais da
18ª DP (Praça da Bandeira) indicam que um funcionário da Fifa, ainda não
identificado, é o chefe da quadrilha de cambistas presa na terça-feira no Rio e
em São Paulo. Segundo a polícia, o homem estaria acima do franco-argelino
Mohamadou Lamine Fofana, apontado como um dos chefes do bando. Em resposta, o
diretor de Marketing da entidade, Thierry Weil, afirmou que ajudará a polícia a
descobrir quem são os responsáveis pelo repasse dos ingressos do Mundial
inicialmente cedido a ONGs, delegações e comissões técnicas das seleções.
Em nota, Weil afirmou que a Fifa está à
espera de informações para identificar a origem dos bilhetes apreendidos. Disse
ainda que, desde 2009, colabora com as autoridades brasileiras. “Para a Fifa,
sempre foi prioridade proteger os torcedores contra os riscos associados à
venda ilegal de ingressos e garantir que as ações devidas sejam tomadas contra
qualquer pessoa que viole os regulamentos de venda. É por isso que a Fifa tem
constantemente solicitado aos fãs que comprem entradas apenas pelo Fifa.com, a
única fonte legítima de ingressos”, diz a nota.
O delegado Fábio Barucke, titular da
18ª DP, que liderou a investigação que prendeu Mohamadou e dez brasileiros com
mais de 300 ingressos, disse que trabalha agora na identificação de outros elos
entre o bando, a Fifa e três ONGs que tiveram os convites desviados para o
esquema ilegal. Ele disse ainda que as escutas telefônicas indicam que um MC da
Zona Oeste atuava como intermediário entre as ONGs e o grupo.
REUNIÃO COM A POLÍCIA É ADIADA
Uma reunião entre representantes da
entidade e o chefe da polícia, Fernando Velloso, para tratar do tema chegou a
ser anunciada nesta terça-feira. A porta-voz da Fifa, Delia Fischer, afirmou,
pela manhã, que a entidade está feliz com a atuação da polícia e que a reunião
definiria ações a serem tomadas contra a venda ilegal de ingressos. O encontro,
no entanto, foi adiado, segundo o delegado Fábio Barucke.
Os integrantes da quadrilha, o
franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana e dez brasileiros, recusaram-se a
prestar depoimento na Polícia Civil. Segundo Barucke, todos disseram que só
falarão em juízo. Dois deles, presos em São Paulo, foram transferidos para o
Rio na noite desta quarta-feira, e levados para a 18ª DP.
Segundo a polícia, Mohamadou seria um
dos chefes da quadrilha. Além dele, o delegado aponta o empresário Antônio
Henrique de Paula Jorge como um importante articulador do esquema. Henrique e
Mohamadou aparecem em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça
conversando com jogadores, ex-jogadores, artistas e empresários.
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